segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Bem Amado Odorico

Em 24 de janeiro de 1973 estreava na Rede Globo a nova novela das 10. Inspirada numa peça teatral de Dias Gomes, O Bem Amado foi sucesso imediato.
Um fato curioso: O Bem Amado estreou em preto e branco e terminou à cores. As cores foram implantadas na TV Globo no meio da novela, gerando esse caso atípico.


O caricato Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) era um Prefeito corrupto que tinha como principal meta em sua administração a inauguração do cemitério da fictícia cidade de Sucupira.
Tinha como assistente, um colecionador de borboletas gago conhecido por Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz).
Era assediado com frequência pelas "irmãs Cajazeira", Doroteia, Dulcineia e Judiceia.
Na ânsia de inaugurar o cemitério, Odorico contrata um matador de aluguel, Zeca Diabo (Lima Duarte).


Por uma ironia do destino, Odorico é morto pelo pistoleiro e acaba por inaugurar - ele próprio - o Cemitério de Sucupira.
A novela foi gravada em Sepetiba - RJ e teve 178 episódios.
Foi relançada anos depois, como minissérie, sem o mesmo sucesso.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A Misteriosa Saramandaia

Às 22 horas do dia 03 de maio de 1976 o Brasil estava ligado na TV Globo para assistir a surrealista novela Saramandaia.
Escrita por Dias Gomes, Saramandaia era ambientada no município de Bole-Bole. Parte da população quer mudar o nome da cidade para Saramandaia e enfrenta a oposição ferrenha do Coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga).


No decorrer da novela desfilam os tipos mais esquisitos como Dona Redonda que de tanto comer acaba explodindo, o próprio Zico Rosado que põe formigas pelo nariz e acaba morrendo quando sua casa desmorona dentro do gigantesco formigueiro que havia abaixo dela, João Gibão que tinha fama de corcunda quando na verdade escondia sobre o casado um par de asas, entre outros.


A cidade cenográfica da novela Gabriela foi aproveitada para a novela Saramandaia.
O autor Dias Gomes chegou à declarar que usou tantas metáforas em Saramandaia com o único objetivo de protestar contra a Ditadura driblando a censura.

O simpático Topo Gigio

O ratinho Topo Gigio foi criado na Itália em 1958, mas surgiu em terras brasileiras apenas no ano de 1969 como uma das atrações do programa Mister Show, apresentado pelo humorista Agildo Ribeiro na TV Globo. Participava do programa também a atriz Regina Duarte.


Muitos produtos com Topo Gigio foram lançados em todo o Brasil, como bonecos, discos etc.
Na época, psicólogos protestaram contra o programa alegando que estimulava o lado bom das crianças. Na época acreditava-se que a agressividade deveria ser incentivada para que as crianças se defendessem melhor ao chegar à idade adulta. Sinais dos tempos...
O jornal Pasquim brincava com a sexualidade do ratinho "bonzinho". Vale lembrar que o mascote do jornal também era um rato.


O disco com a música "Meu Limão, Meu Limoeiro" na voz do ratinho foi sucesso absoluto de vendas.
A série foi descontinuada em 1971.

Aprendendo com Vila Sésamo

Não havia criança nos anos 70 que não assistisse Vila Sésamo.
O programa estreou em 12 de outubro de 1972 nas Redes Cultura e Globo, simultaneamente.
As histórias se passavam numa vila em que crianças, adultos e bonecos interagiam. Era a adaptação do programa americano Sesame Street.


O principal personagem era o pássaro Garibaldo. Interpretado pelo ator Laerte Morrone, Garibaldo tinha penas azuis, ao contrário do original americano que é amarelo. Como o programa no Brasil era em preto e branco, a produção achou que a cor azul seria melhor aproveitada pois daria mais contraste.
Havia também o boneco mal-humorado Gugu que vivia num barril. Era interpretado pelo ator Roberto Orozco.
Ênio e Beto eram dois bonecos que viviam brigando e ensinavam às crianças coisas como abecedário, matemática etc.
Marcos Miranda era o ator que se caracterizava de Funga-Funga, uma mistura de elefante com "sei-lá-o-que".
Os personagens de carne e osso eram Juca (Armando Bógus), Gabriela (Aracy Balabanian), Ana Maria (Sonia Braga), Seu Almeida (Manuel Inocêncio), entre outros.


A atração terminou em 1977 e apesar dos boatos, nunca mais voltou à Rede Globo. 
Em 2007 houve um "retorno" de Vila Sésamo pela TV Cultura, mas que na verdade teve muito pouca coisa produzida no Brasil.

Programa Flávio Cavalcanti, por favor!

Flávio Antônio Barbosa Nogueira Cavalcanti, ou simplesmente Flávio Cavalcanti, foi jornalista, compositor e apresentador de rádio e TV. Mas foi na TV, mais precisamente com seu Programa Flávio Cavalcanti, que o jornalista tornou-se conhecido em todo o Brasil.


Nascido no Rio de Janeiro em 15 de janeiro de 1923, Flávio Cavalcanti estreou como repórter no programa Noite de Gala na TV Rio no ano de 1955. O programa serviu para notabilizar Flávio Cavalcanti por seu carisma e um certo exagero e dramaticidade em suas palavras.
Em 1957 é lançado apresentador do programa Um Instante Maestro! na TV Tupi. Nesse programa ele quebrava discos de diversos artistas que, de acordo com o próprio apresentador, atentavam contra a moral e os bons costumes.
Em 1970 estreia na TV Tupi o Programa Flávio Cavalcanti. Era um programa de variedades apresentado de um auditório com direito à jurados que eram uma atração à parte. A presença da jurada Leila Diniz provocou a suspensão do programa pela Ditadura Militar, que a perseguia. O programa era exibido aos domingos e durou até 1977.
Em 1982, Flávio vai para a TV Bandeirantes apresentar o Boa Noite Brasil.
Em 1983 vai para o SBT para a volta do Programa Flávio Cavalcanti.
Em 1986, durante o programa, chama os comerciais e não volta mais. Flávio sofre uma isquemia aguda ainda nos estúdios do SBT e não resiste, vindo à falecer no dia 26 de maio.
Sua última frase foi também a mais conhecida e famosa em todo o Brasil: "Nossos comerciais, por favor!".

Nas asas do Capitão Aza

"...Alô, alô Sumaré! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil, aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante chefe das Forças Armadas Infantis deste Brasil."


Assim começava o programa do Capitão Aza, transmitido via satélite para todo o Brasil de 1965 à 1979.
Aza, assim mesmo com Z, era uma homenagem do ator Wilson Vianna ao Capitão Adalberto Azambuja, herói da FAB que lutou na 2ª Guerra Mundial.
O personagem foi criado pela extinta TV Tupi para concorrer diretamente com o Capitão Furacão, sucesso da Rede Globo nos anos 70.
Capitão Aza apresentava seu programa de dentro de um cenário que, numa primeira fase, simulava um helicóptero. Posteriormente o cenário passou a representar uma nave espacial.
O programa exibia séries como Jeannie é um Gênio e A Feiticeira. Passava também desenhos animados com heróis da Marvel, além da Pantera Cor de Rosa, Speed Racer, entre outros.
Após quase um ano sem receber salário por causa da grave crise financeira que culminou com o encerramento da Rede Tupi, Wilson Vianna se despede de seu público infantil alegando que estaria "partindo para uma missão no espaço".
Em 03 de maio de 2003, Wilson Vianna morre aos 75 anos, vítima de um enfarte. E com ele, morre um ídolo de toda uma geração: O Capitão Aza.